“Muita gente
acha que o Cristianismo é uma religião ultrapassada.
Acontece que
não é nem religião nem ultrapassado."
Pode-se dizer que quando a maioria das
pessoas lê a palavra Cristianismo, na realidade está lendo "Instituição
Religiosa", ou seja, "Instituição Religiosa Velha, Petrificada,
Antiquada e Arrogante".
Imagens que salta em nossa mente:
tudo, desde as cruzadas até a máquina no Vaticano, perpetuamente complexa e
poderosa; até dois milênios de campanários, bancos e órgãos; até
televangelistas sorridentes, carregados de maquiagem, de olho em nosso
dinheiro. Isso, dizemos, é o "Cristianismo". Uma instituição
religiosa - e das piores.
O que surpreende é que, quando a
palavra foi inventada, referia-se a algo muito mais simples, provocativo e
perturbador...
Para principiantes, Jesus não era
cristão.
Ele nunca falou para alguém se tornar
cristão,
nunca
construiu prédios imponentes,
nunca
elaborou tratados teológicos,
nunca
recolheu nenhuma oferta,
nunca
usou vestes religiosas,
nunca
abriu uma firma para descontar imposto de renda...
Ele simplesmente pediu que o
seguissem.
Antes de correr atrás de palavras e
séculos de teologia, precisamos parar junto ao berço daquilo que chamamos de Cristianismo.
Nada mais é que um chamado de Jesus: "Siga-me", e uma
resposta: deixar de lado as redes de sempre e segui-lo pela fé. Nada mais que
isso.
Quando Jesus realizava suas
maravilhas, o povo reagia de várias maneiras. Muitos (multidões de olhos
arregalados) ficaram intrigados com ele, suas curas e seus milagres. Alguns (as
tribos dominantes) transformaram-se em inimigos mortais de Jesus e seus
ensinos. Mas uns poucos (que perceberam algo irrecusável em seu chamado)
deixaram tudo para andar com ele. A esse último grupo, as pessoas se referem de
maneira solene (em tom grave) como "os
discípulos de Jesus"...
O que chamaríamos de "Cristianismo"
era nada mais, nada menos que algumas pessoas simples atendendo ao convite de
Jesus, ligando-se a ele. Então, esse primeiro grupo de seguidores começou a
falar aos outros sobre o que é seguir Jesus. E quando aquelas pessoas
acreditavam a começavam a segui-lo também não conseguiam deixar de falar a
outros... até que chegamos a esses seguidores de Jesus que vivem hoje na casa
ao lado da nossa.
Quando aquele grupinho tornou-se uma
multidão bem maior, foi preciso arranjar um jeito de se referir a eles. Então
as pessoas começaram a chamá-los de "Povo do Caminho". O
"caminho" deles era abandonar a si mesmos para seguir esse Jesus,
que, sem reservas, acreditavam ser o Messias tão esperado que aquele povo
aguardava há séculos. E já que os gregos traduziam a palavra Messias por
Cristo, as pessoas começaram a chamar os seguidores de Jesus de "os de
Cristo" ou "cristãos", como acabou ficando.
Portanto, "Cristianismo" é
simplesmente a palavra que as pessoas inventaram para se referir a esses
cristãos. O velho e simples Cristianismo: não um conjunto de princípios
dogmáticos, não uma filosofia de vida, não uma instituição religiosa antiquada,
mas um grupo peculiar de pessoas - aquele grupo de seguidores que está em
trânsito nos últimos dois mil anos, obstinadamente empenhado em seguir esse
Jesus.
Quando você encontrar a palavra "Cristianismo", leia: "As intermináveis aventuras e peregrinações dos seguidores de Jesus".
(Extraído do livro "Jesus de Pés Sujos", de Don Everts, Ed. ABU)
Fonte: Se Parar Pra Pensar
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