Era conhecido como “o Tisbita”, e exerceu o ministério profético nos dias do Rei Acabe, aproximadamente uns 8 séculos antes do nascimento do Cristo, o Redentor que tanto esperou em vida. Hoje, várias centenas de anos depois da Promessa cumprida, do Verbo feito carne, e da cruz redentora, ele ouviria histórias que o fariam rir, e talvez fizesse uso de seu afiado sarcasmo, como fez aos videntes de Baal, no Carmelo.
Quem sabe se, dia desses, caminhando pelos Jardins do Paraíso, não tenha ouvido, de algum recém-chegado, certas histórias engraçadas, como a daqueles que andam questionando se ele foi abduzido por um disco voador, já que o relato de uma “carruagem de fogo” não parece muito crível para o homem contemporâneo. “Estes são mais cômicos que os videntes de Baal, acreditam nas fábulas de Mulder, mas duvidam de um Deus criador capaz de fazer milagres!”, zombaria o profeta.
Oh, não! Não estou dizendo que a TV a cabo do céu retransmita X-Files; é só um exercício de imaginação senhores!
Ainda num esforço imaginativo, podemos tentar descrever um diálogo entre Elias, o profeta, e Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita.
“Na sua opinião, o que leva os cristãos modernos a rejeitarem a idéia de que você se reencarnou em João, o Batizador?”.
Nem os cristãos modernos, nem os antigos, jamais acreditaram do contrário – começaria Elias, o profeta. Primeiro, que a tese reencarnacionista contradiz o Evangelho; segundo, que também contradiz as leis mais elementares da lógica. Senão, vejamos: quando o senhor escreveu o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, redefiniu conceitos básicos do Evangelho, como a Expiação, explicando-a como esforço humano para se auto redimir, por meio das obras e de sucessiva reencarnações. Como poderiam os cristãos aceitarem que tal doutrina se denomine “Evangelho”, se a Boa Nova trazida por Cristo é justamente a Graça?
Segundo a Escritura – continuaria o profeta; Deus revelou-se ao homem, em Cristo, no Verbo que se fez carne, habitou entre os homens, e padeceu pelos nossos pecados. Eis o Evangelho na definição dos cristãos primitivos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pelos pecados dantes cometidos” (ROMANOS 3.23-25). Não é o homem que redime-se a si mesmo, mas Deus.
Ademais, não há motivos para os cristãos compactuarem com uma doutrina que, além de anti-cristã, não consegue subsistir ao crivo lógico da “não contradição interna”. Qualquer cosmovisão que contradiga a si mesma é, por definição, falsa. Que é a reencarnação, uma dádiva, ou uma pena? Se é dádiva, como pode ser pena?; Ou, do contrário, como pode ser pena se é uma dádiva? Numa terceira opção, poderíamos defini-la como “dádiva e pena”? Neste caso, porque os Espíritas fariam algo para melhorar sua própria vida, e a vida dos outros? Será por isso que, apesar de milhões de anos reencarnando, a humanidade só degenera, posto que os espíritas vivem interferindo na “dádiva” e na “pena”, impedindo o aperfeiçoamento? “